Colégio-Escola Arcoverde

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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Saga da Amazônia - Elomar








Era uma vez na AMAZÔNIA, a mais bonita floresta 
Mata verde, céu azul, a mais imensa floresta 
No fundo d'água as iaras, caboclo lendas e mágoas 
E os rios puxando as águas. 


Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores 
Os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores 
Sorria o Jurupari, Uirapuru, seu porvir 
Era: Fauna, Flora, Frutos e Flores. 


Toda mata tem caipora para a mata vigiar 
Veio Caipora de fora para a mata definhar 
E trouxe DRAGÃO-DE-FERRO, prá comer muita madeira 
E trouxe estilo gigante, prá acabar com a capoeira. 


Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar 
Pro dragão cortar a madeira e toda a mata derrubar 
Se a floresta meu amigo tivesse pé prá andar 
Eu garanto meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá. 


O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar 
E o fruto que dá no cacho pra gente se alimentar?? 
Depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar 
Igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar. 


Mas o dragão continua a floresta devorar 
E quem habita essa mata pra onde vai se mudar??? 
Corre o Índio, seringüeiro, preguiça, tamanduá, tartaruga, pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiurá 


No lugar que havia mata, hoje há perseguição 
Grileiro mata posseiro só pra lhe roubar seu chão 
Castanheiro, seringüeiro já viraram até peão 
Afora os que já morreram qual ave-de-arribação 
Zé de nana ta de prova, naquele lugar tem cova 
Gente enterrada no chão: 


Pois mataram Índio que matou grileiro que matou posseiro 
Disse um castanheiro para um seringüeiro que um estrangeiro 
Roubou seu lugar 


Foi então que um violeiro chegando na região 
Ficou tão penalizado que escreveu essa canção 
E talvez, desesperado com tanta devastação 
Pegou a primeira estrada sem rumo, sem direção 
Com os olhos cheios de água, sumiu levando esta mágoa dentro do seu coração 


Aqui termina essa história para gente de valor 
Pra gente que tem memória muita crença muito amor 
Pra defender o que ainda resta sem rodeio, sem aresta 
Era uma vez um floresta na linha do Equador.