O mundo actual é muito visual.
Somos continuamente bombardeados por imagens e os nossos olhos estão sempre a ser aliciados.
Mas se temos muito o que olhar, talvez tenhamos desaprendido a “ver”.
E talvez ver seja cada vez mais importante numa era em que a tecnologia parece conspirar para olhar, pensar, sentir e experienciar por nós.
Tornamo-nos espetadores, aprendemos a rotular as coisas.
Reconhecemos as coisas, mas não as vemos.
Ao olhar, ao rotular, percebo o que é útil, agradável e o que é desagradável, o que me ameaça, a mim, este eu.
Quando vejo, apenas vejo, sou os olhos, esqueço-me por instantes deste eu sempre presente.
Mergulho na realidade, faço parte dela, participo dela.
Ao verdadeiramente ver, não rotulo, não escolho.
A Arte é um dos médiuns que nos permite realmente ver,
ver cada vez mais profunda e intensamente.
The eye with wich I see God is the same eye with wich God sees me.
Meister Eckhart
O olho com o qual eu vejo Deus
é o mesmo olho com o qual Deus me vê.
Meister Eckhart
imagem e texto by: https://artezenpt.wordpress.com/arte-e-zen/
imagem de grafite em avenida de São Paulo by: https://www.google.com.br/search?q