Colégio-Escola Arcoverde

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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A vida by Café Impresso

Resultado de imagem para A Vida é sincronicidade, contingência e liberdade


A vida é marcada por histórias. 

Histórias que acabam e histórias que começam 

– até o fim da vida. 

E todas essas pequenas histórias 

– um dia que termina num poente magnífico, 

uma relação que começa, o almoço, o banho, 

a leitura de um livro, um trabalho 

de que somos subitamente demitidos, 

um amigo que morre, um filho que nasce 

– vão tecendo isso que é a história de uma vida. 

Dia a dia. 

Minuto a minuto até. 

E de tal modo que a totalidade dos fatos passados pesa sobre o fato seguinte, 

sem, no entanto, torná-lo necessário: 

há sempre a possibilidade da descontinuidade 

não como fim natural e previsível, 

mas como desvio imprevisto, 

seja por acidente, seja por um ato 

– pensado ou impensado – do sujeito. 

E, por outro lado, esse ato, como qualquer outro ato, 

pode ter um peso tal 

que espalhe sua influência até pelo passado, 

redimensionando o papel que a totalidade dos fatos 

até então tivera. 

Desse modo, cada ato é influenciado 

por todos os atos anteriores, 

mas também ao somar-se à totalidade, 

a modifica, 

às vezes radicalmente.


A vida está portanto aberta ao milagre e à transformação radical, 

aquela que afeta não só o futuro 

como o passado. 

Estranhamente – isto é, 

de um modo que mistura mistério e beleza – 

nossa liberdade repousa sobre nossa contingência, 

que por sua vez, resulta de nossa finitude. 


Porque somos finitos, somos contingentes 

e porque somos contingentes, somos livres. 


O que nos ocorreria se ainda fôssemos imortais, 

admitindo que a morte é consequência do pecado original? 


Supondo que teríamos a ciência infusa 

que atribuímos aos anjos, 

perceberíamos sem esforço 

a necessidade de todas as coisas 

e nossa liberdade consistiria então na simples adesão 

à verdade, 

sem angústia, sem orgulho 

ou humildade, 

mas com profundo encantamento, 

porque viveríamos numa condição 

em que a coincidência transcendental 

entre verdade, beleza e bondade 

seria uma trivialidade 

que nunca cessaria de nos maravilhar.


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