Colégio-Escola Arcoverde

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terça-feira, 7 de agosto de 2018

ABC do Xamanismo Tolteca - LIVROS DE CARLOS CASTAÑEDA

Xamanismo Tolteca - O Caminho do Guerreiro

Os Ensinamentos de Don Juan


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A Erva do Diabo - 1977



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Uma Estranha Realidade - 1971



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Viagem a Ixtlan - 1972


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Porta para o Infinito - 1974



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O Segundo Círculo do Poder - 1977



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O Presente da Águia - 1981



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O Fogo Interior - 1984




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O Poder do Silêncio - 1987






  • 1968 

  • A Erva do Diabo  
  • - The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge

  • 1971 

  • Uma Estranha Realidade 
  • - A Separate Reality: Further Conversations with Don Juan - 

  • 1972 

  • Viagem a Ixtlan  
  • - Journey to Ixtlan: The Lessons of Don Juan 

    •  Tese de PhD de Castaneda na UCLA em 1973 Título: "Sorcery: A Description of the World"

  • 1975 

  • Porta Para o Infinito 
  • - Tales of Power

  • 1977 

  • O Segundo Círculo do Poder 
  • - The Second Ring of Power

  • 1981 

  • O Presente da Águia 
  • - The Eagle's Gift

  • 1984 

  • O Fogo Interior 
  • The Fire from Within


  • 1987 

  • O Poder do Silêncio 
  • - The Power of Silence: Further Lessons of Don Juan



  • 1993 

  • A Arte do Sonhar 
  • - The Art of Dreaming


  • 1996 

  • Readers of Infinity: A Journal of Applied Hermeneutics 
  • - Diários do trabalho de Castaneda com suas discípulas ainda não traduzido.

  • 1998 

  • Passes Mágicos - 
  • Magical Passes: The Practical Wisdom of the Shamans of Ancient Mexico

  • 1999 

  • O Lado Ativo do Infinito 
  • - The Active Side of Infinity

  •  2000 

  • A Roda do Tempo 
  • - The Wheel Of Time : The Shamans Of Mexico 
  • - uma antologia de citações comentadas.




coletânea dos livros by: leaoacordado.blogspot.com.br

ABC do Xamanismo: O CREPÚSCULO DO "PORÉM ..."



Os feiticeiros têm uma tendência peculiar. Vivem exclusivamente ao crepúsculo de um sentimento melhor descrito pela palavra “porém….”. Quando tudo está desmoronando ao redor deles, os feiticeiros aceitam que a situação é terrível, e então de imediato escapam para o crepúsculo do “porém….”.

A feitiçaria é uma viagem de retorno. Voltamos vitoriosos ao espírito, tendo descido ao inferno. E do inferno trazemos troféus. O entendimento é um de nossos troféus.

Nossa dificuldade com essa progressão simples é que a maior parte de nós é relutante em aceitar que necessitamos de tão pouco para ir em frente. Estamos preparados para esperar instrução, ensino, guias, mestres. E quando nos dizem que não precisamos de ninguém, não acreditamos. Ficamos nervosos, depois desconfiados e por fim zangados e desapontados. Se necessitamos de ajuda, não é em métodos, mas em ênfase. Se alguém nos torna conscientes de que devemos restringir nossa autoestima, essa ajuda é real.

Segundo os feiticeiros, não devemos depender de ninguém para convencer-nos de que o mundo é infinitamente mais complexo que as nossas fantasias mais selvagens. Assim, por que somos dependentes? Por que precisamos de alguém para guiar-nos quando podemos fazê-lo nós próprios? Interessante pergunta, hein?

Não há procedimentos em feitiçaria. Não há métodos, nem passos. A única coisa que importa é o movimento do ponto de aglutinação. E nenhum procedimento pode causar isso. É um efeito que acontece inteiramente por si mesmo.

Acabo de explicar que o movimento do ponto de aglutinação acontece por si mesmo. Mas falei também que a presença do mestre move o ponto de aglutinação de seu aprendiz e que a maneira pela qual o mestre mascara sua implacabilidade ou ajuda ou atrapalha esse movimento.

O que parece uma contradição é na realidade os dois lados da mesma moeda. O mestre atrai o ponto de aglutinação ao movimento ajudando a destruir o espelho da autorreflexão. Mas isso é tudo o que ele pode fazer. Quem move de fato é o espírito, o abstrato, algo que não pode ser visto ou sentido, algo que não parece existir, e no entanto existe. Por essa razão, os feiticeiros afirmam que o ponto de aglutinação move-se inteiramente por conta própria. Ou dizem que o mestre-feiticeiro move. Este, sendo o conduto do abstrato, tem permissão de expressá-lo através de suas ações.

O mestre move o ponto de aglutinação, e no entanto não é ele próprio quem provoca realmente o movimento. Ou talvez seja mais apropriado dizer que o espírito se expressa de acordo com a impecabilidade do mestre. O espírito pode mover o ponto de aglutinação com a simples presença de um mestre-feiticeiro impecável.

Porque o espírito não tem essência perceptiva, os feiticeiros lidam de preferência com as instâncias e modos específicos pelos quais são capazes de estilhaçar o espelho da autorreflexão.

O mundo de nossa autorreflexão ou de nossa mente é muito inconsistente e é mantido coeso por algumas poucas idéias-chave que servem como sua ordem oculta. Quando essas idéias falham, a ordem oculta pára de funcionar.

A continuidade é uma idéia-chave. A idéia de que somos um bloco sólido. Em nossas mentes, o que sustenta o nosso mundo é a certeza de que somos imutáveis. Podemos aceitar que nosso comportamento pode ser modificado, que nossas reações e opiniões podem ser modificadas, mas a idéia de que somos maleáveis a ponto de mudar de aparência, a ponto de ser alguma outra pessoa, não é parte da ordem oculta de nossa autorreflexão. Sempre que um feiticeiro interrompe essa ordem, o mundo da razão pára.

A continuidade é tão importante em nossas vidas que quando se quebra é sempre instantaneamente reparada. No caso dos feiticeiros, entretanto, uma vez que seu ponto de aglutinação atinge o lugar da não-piedade, a continuidade nunca é a mesma.

A sua incerteza é para ser esperada. Afinal, você está lidando com um novo tipo de continuidade. Leva tempo para ficar acostumado a ele. Os guerreiros passam anos no limbo, onde não são homens comuns nem feiticeiros.

Eles não têm escolha. Todos tornam-se conscientes do que já são: feiticeiros. A dificuldade é que o espelho da autorreflexão é plenamente poderoso e só deixa suas vítimas irem depois de uma luta feroz.



Texto: 
http://www.metro.org.br/editor/o-crepusculo-do-porem

Imagens: 
https://www.google.com.br/webhp

ABC do Xamanismo Tolteca - TEMAS PARA TEXTOS E REFLEXÕES

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"Parece natural pensar que o guerreiro que pode ficar firme diante do infinito, pode certamente enfrentar impunemente os pequenos tiranos, mas não é necessariamente assim. O que destruiu guerreiros soberbos nos tempos antigos foi confiar nessa suposição.



Nada pode temperar tanto o espírito de um guerreiro quanto o desafio de lidar com pessoas impossíveis, ainda mais em posições de qualquer forma de poder.



Só sob essas condições, os guerreiros podem adquirir a sobriedade e a serenidade para suportar a pressão do incognoscível." 

- Carlos Castañeda, O Fogo Interior -


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"- Você ainda não está verdadeiramente pronto para fundir sua realidade de sonho com sua vida cotidiana. Precisa recapitular mais a sua vida- disse Dom Juan." 

- Carlos Castañeda,A Arte do Sonhar - 


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"Sólo como guerrero se puede sobrevivir en el camino del

conocimiento - dijo 

- Porque el arte del guerrero es equilibrar el terror de ser hombre 

con el prodigio de ser hombre." 

- Carlos Castañeda (VI: 365) -


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"Quando se vence o medo e a clareza, surge o terceiro inimigo: o poder. Com a capacidade de controlar o medo e com a poderosa visão que a clareza proporciona, naturalmente se adquire poder. A capacidade de influenciar outras pessoas, de transformar estruturas, de atingir objetivos com facilidade, de obter percepções extra-sensoriais, de mobilizar e canalizar intensas energias. E o poder é sedutor, um inimigo perigoso, tamanha sua força.

Depois de ter vencido o medo, conseguido a clareza e obtido poder, começam as tentações e testes. E muitos sucumbem. Ao invés do poder ser utilizado para abrir caminhos para a evolução humana e da sociedade, torna-se uma habilidade usada exclusivamente para proveito próprio, para satisfazer o ego. Surge a falsa necessidade de comandar, de ser um líder insubstituível, de ter a certeza sempre, de ter súditos e admiradores, de colocar as pessoas e processos sob controle pessoal. E esse processo nunca cessa: é preciso cada vez mais poder para se manter no poder.

E as pessoas se tornam escravos do poder, se perdem em seu ego e se tornam pessoas frágeis. Pessoas que externamente podem até ser vistas como poderosas, mas são crianças profissionais: brincam com a vida alheia sem responsabilidade, sem ter consciência de que os fantoches são eles. Na primeira decepção ou quando enfrentam um adversário de valor, colocam a culpa no mundo pela sua própria fraqueza: o poder sugou toda sua energia.

Esquecem que cada caminho é apenas um caminho e que cada um deve buscá-lo dentro de si, nos seus corações. Pode-se até auxiliar outras pessoas, mas ninguém tem autoridade para dizer para alguém qual é o melhor caminho a ser seguido. Isso cada um deve descobrir por si. O poder é realmente tentador e muitos sucumbem, talvez na classe política isso seja mais evidente, mas isso acontece em todas esferas da vida humana.

Só que o poder também pode ser utilizado como um aliado. Essa capacidade e esse brilho que o poder traz podem ser canalizados para o Espírito, pode-se agir de acordo com o Coração, pode-se colocar como um instrumento das Forças da Vida. Pode-se utilizar essa capacidade para construir um mundo melhor para todos, para transformar positivamente a vida dos que cruzam nosso caminho, ajudar as pessoas acender o próprio fogo interior, a transformar as estruturas da repetição, a criar a Diferença.

Enfim, pode-se usar o poder para quebrar os processos de reprodução desse descalabro social e ambiental: creio que é esse o desafio para quem adquiriu e está adquirindo poder. Um enorme desafio e que não se resolve de uma vez, é sempre um caminho, mas um caminho ao mesmo tempo individual e coletivo, um caminho com o coração, uma busca pela impecabilidade. É a ânsia pela perfeição, pela justiça, pela verdade. E isso se reflete em atos cotidianos, não apenas em grandes obras!"


- http://despertarcoletivo.com/os-quatro-inimigos-do-homem-de-conhecimento


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Impecabilidade e Energia - O Casulo Luminoso básico dos entes humanos.

'O mundo não cede a nós diretamente, a descrição do mundo se interpõe. 

Assim, a bem dizer estamos sempre um passo afastados do aqui-agora, e nossa experiência do mundo é sempre uma recordação da experiência. 

Estamos constantemente recordando o instante que passou, que sucedeu. Recordamos, recordamos, recordamos... 

Se toda nossa experiência do mundo é recordação, então não é assim tão absurdo concluir que um Homem-de-Conhecimento possa afinal estar em dois lugares ao mesmo tempo para a percepção de um outro, mas para o Homem-de-Conhecimento recorda-se de dois instantes únicos e isolados, porque a cola da descrição do tempo não o prende mais.(...) 
Solidez, corporalidade, são recordações. Portanto, como tudo o que sentimos a respeito do mundo, são recordações que gravamos. Recordações da descrição. (...) 
Um guerreiro fluído não pode mais tornar o mundo cronológico.
Somos seres luminosos e tudo o que somos, ou tudo o que sentimos, deixa sinais em nossas fibras do Casulo luminoso. (...)
Pra perceber isso é preciso estacionar o Diálogo Interno o suficiente para que o Ponto de Aglutinação se desloque na posição que permite Ver, diretamente e sucintamente o fluxo de energia-emanações. (...)
Sempre que o diálogo pára, o mundo entra em colapso e aspectos extraordinários dos entes humanos emergem, como se tivessem sido mantidas numa guarda severa por nossas palavras compulsivas e ansiedade. 
Você é o que é porque se diz a si mesmo que é assim assim... 
A vida apertada de um pretendente ao Espírito o conduzirá a impecabilidade com sua energia e o poder pessoal o conduzirá ao Conhecimento. (...) 
D. Juan disse que a forma de cogumelo era a forma básica dos seres humanos quando eram Vistos por um vidente de muito longe, mas quando defronte da pessoa, a qualidade humana aparecia em forma de um ovo ou casulo de fibras luminosas. 
O brilho dos entes humanos é especial e que o distingue de outras formas orgânicas. 
Explicou que os entes humanos são repletos de configurações que poderiam ser desejos, problemas, tristezas, preocupações,e por aí em diante. 
Assegurou que somente um vidente impecável poderia desvendar o significado dessas configurações no casulo humano. 
Disse que durante o processo de liberação dos apegos e laços, as formas do casulo se modificam grandemente, tornando-se leves e saltitantes, de variadas formas, de cogumelos se tornam mais como taças invertidas de boca pra baixo até como linha que se projeta para o infinito, levadas pelo deslocamento intentado do Ponto de Aglutinação. 
D. Juan disse mais, que o numero 48 era o numero que nos tornava seres humanos.' 

Coligido e baseado em Porta Para O Infinito, Carlos Castañeda - Vicente Medrano 


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Xamanismo e Consciência: 



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Elementais e Elementares:


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A nossa visão de mundo racional, através de muita repetição e do consenso coletivo, acaba se transformando em uma prisão. Uma prisão frequentemente cinzenta, apertada, solitária e quase impossível de se escapar. Os videntes toltecas, através de séculos de investigações, chegaram à compreensão cristalina de que a pedra angular que sustenta essa visão de mundo é a nossa Autoimportância Pessoal excessiva. A IDEIA e imagem que temos de nós mesmos.

Gastamos toda nossa energia defendendo essa imagem dos ataques reais e imaginários que sofremos dos outros, como se fosse nosso bem mais precioso.

Os toltecas foram mais além e perceberam que quando nos entregamos a sentir pena de nós mesmos, estamos na verdade apenas repetindo essa mesma rotina de colocar nossa própria vaidade em primeiro plano.

Perceberam que o jeito como cada ser humano perpetua a Autoimportância Pessoal é conversando consigo mesmo continuamente, e que essa tagalerice nos tira da consciência da vida acontecendo agora, no presente, sempre pensando em algo que se passou no passado ou pode vir a passar no futuro.

Assim, descobriram uma série de medidas práticas pra desenvolver a força interna necessária para silenciar o diálogo interno e romper com essa escravidão mental. E chamaram a esse conjunto de medidas de Caminho do Guerreiro.

Os guerreiros e guerreiras sabem que seu tempo na Terra é curto demais, que a vida é preciosa, e aprendem a tomar consciência de sua Morte iminente para fazer cada momento contar. Quando lidam com um problema, aprendem a não se desesperar nem lamentar, pois assumem a responsabilidade pelos seus atos que o conduziram até aquela situação. E ao invés de tomar as coisas como tragédias ou bençãos, aprendem a tomá-las como desafios, onde só o que conta é dar o seu melhor. E quando estão obcecados com algo, se aconselham com sua Morte e lhe perguntam se aquilo realmente importa tanto. e Ela lembrará que a única coisa que importa é que ainda não os tocou.

Os guerreiros e guerreiras aprendem lentamente a se apagar, deixando de contar o tempo todo o que fazem e fizeram e estão fazendo, dissolvendo pouco a pouco as expectativas sólidas, formadas e fechadas que as pessoas - e elxs mesmos - têm a seu respeito.

Há duas grandes artes às quais os guerreiros toltecas se dedicam a aperfeiçoar: a Arte da Espreita e a Arte do Sonhar.

O domínio da Arte da Espreita, ou Arte da Loucura Controlada, é o paradoxo de saber se desprender de todas as situações, pensamentos e emoções, e ao mesmo tempo, estar intensamente imerso, alerta, integrado e participativo na ação.

A Arte do Sonhar é a prática de adquirir consciência de si nos Sonhos, que pode ser aperfeiçoada a ponto de transformar os Sonhos em uma "segunda vida", tão ou mais real do que a vida habitual, e com possibilidades infinitamente mais amplas, tornando os sonhadores capazes de acessarem estados de consciência extraordinários sem precisarem de substâncias de poder.

A energia economizada na redução da vaidade se converte no que os toltecas chamam de Poder Pessoal, um tipo de vibração que começam a sentir no interior do corpo, que faz com que se sintam cada vez mais viv@s, presentes, sábi@s, confiantes, seren@s, e que faz as coisas agirem misteriosamente a seu favor.

Compenetram-se nesse poder interior para silenciarem suas mentes, por poucos segundos de cada vez no começo, e pouco a pouco por períodos mais longos, passando a Sentir mais, e Interpretar menos a vida.

Quando a guerreira-o acumula suficiente Silêncio Interior, chega um momento mágico de ruptura que os toltecas chamam de "Parar o Mundo", quando a nossa interpretação se desliga e o Mundo deixa de ser o que sempre foi, abrindo as portas da Segunda Atenção.




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ABC do Xamanismo Tolteca - A LOUCURA CONTROLADA e O LADO ENGRAÇADO DO MUNDO

“- Aquilo que você me disse hoje à tarde sobre a loucura controlada me perturbou muito. Não consigo compreender o que você queria dizer.

- Claro que não consegue compreender - falou. - Você está tentando pensar a respeito, e o que eu disse não se coaduna com seus pensamentos.

- Estou tentando pensar a respeito, porque esse é o único meio pelo qual eu, pessoalmente, consigo entender alguma coisa. Por exemplo, Dom Juan, quer dizer que uma vez que o homem aprenda a ver, tudo no mundo passa a ser sem valor?

- Eu não disse sem valor. Falei sem importância. Tudo é igual, e dessa forma sem importância. Por exemplo, não há meio de eu dizer que meus atos sejam mais importantes do que os seus, ou que uma coisa seja mais essencial do que outra; e, portanto, todas as coisas são iguais, e sendo iguais são sem importância.

Perguntei-lhe se suas declarações eram uma afirmação de que o que ele chamara de "ver" era realmente um "meio melhor" do que apenas "olhar para as coisas". Ele disse que os olhos do homem podiam desempenhar ambas as funções, mas que nenhuma das duas era melhor do que a outra; no entanto, treinar os olhos apenas para olhar, para ele, era um desperdício desnecessário.

- Por exemplo, precisamos olhar com nossos olhos para rir - disse ele - porque só quando olhamos para as coisas é que pegamos o lado engraçado do mundo. Por outro lado, quando os nossos olhos veem, tudo é tão igual que nada é engraçado.

- Quer dizer, Dom Juan, que o homem que vê nunca pode rir?

Ficou calado por algum tempo.

- Talvez haja homens de conhecimento que nunca riem falou. - Mas não conheço nenhum. Aqueles que eu conheço veem e olham, de modo que riem.

- Um homem de conhecimento também pode chorar?

- Suponho que sim. Nossos olhos olham, de modo que podemos rir, ou chorar ou regozijar-nos, ou ficar tristes, ou felizes. Pessoalmente não gosto de ficar triste, de modo que sempre que presencio alguma coisa que normalmente me entristeceria, limito-me a mudar meus olhos e vejo a coisa, em vez de simplesmente olhar para ela. Mas quando encontro alguma coisa engraçada, eu olho e rio.”

Carlos Castañeda - Uma Estranha Realidade



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ABC do Xamanismo Tolteca - A LOUCURA CONTROLADA

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O VAZIO QUE É CHEIO ATÉ A BORDA 

Falei a Dom Juan que meu conflito era oriundo das dúvidas suscitadas pelas palavras dele a respeito da loucura controlada.

- Se nada importa realmente - disse eu - ao se tornar um homem de conhecimento, a pessoa se encontrará forçosamente tão vazia quanto meu amigo, e numa situação nada melhor.

- Isso não é verdade - replicou Dom Juan, num tom cortante.

- Seu amigo está solitário porque há de morrer sem ver. Em sua vida, apenas envelheceu e agora tem de ter mais pena de si ainda do que antes. Sente que jogou fora 40 anos porque andou atrás de vitórias e só encontrou derrotas. Nunca há de saber que ser vitorioso e ser derrotado são a mesma coisa.

"Então, agora tem medo de mim porque eu lhe disse que para mim você é igual a tudo o mais. Está sendo infantil. Nosso destino como homens é aprender e a gente procura o conhecimento como vai para a guerra; já lhe disse uma centena de vezes. Vai-se ao conhecimento ou à guerra com medo, com respeito, sabendo que se vai à guerra, e com uma confiança absoluta em si mesmo. Deposite sua confiança em si, não em mim”.

"E então você teme o vazio da vida de seu amigo. Mas não existe vazio na vida de um homem de conhecimento, posso garantir--lhe. Tudo está cheio até à borda”.

Dom Juan levantou-se e esticou os braços, como se estivesse tocando em coisas no ar.

"Tudo está cheio até à borda - repetiu ele - e tudo é igual.

Não sou como seu amigo que apenas envelheceu. Quando lhe digo que nada importa, não o digo do jeito que ele o faz. Para ele, sua luta não valeu a pena porque ele foi vencido; para mim não há vitória, nem derrota, nem vazio. Tudo está cheio até à borda; tudo é igual, e minha luta valeu a pena”.

"A fim de se tornar um homem de conhecimento, a pessoa tem de ser um guerreiro, não uma criança choramingas. E preciso lutar sem desistir, sem reclamar, sem hesitar, até ver, só para compreender então que nada importa.”



ABC do Xamanismo Tolteca - O NAGUAL

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Nagual (pronunciado na'ual)  é o ponto central do Nagualismo, um "caminho" filosófico que se utiliza de um conjunto disciplinado de técnicas para atingir a consecução de uma realidade transcendente. 

Nagual se refere a três definições dentro dos 12 livros de Carlos Castaneda. 

Primeiro, o Nagual como a fonte do universo. O Nagual foi descrito como uma fonte impessoal, mas ainda assim pessoal, de espiritualidade. (...)

Segundo, o Nagual como sendo o reino espiritual fora da realidade conhecida. 

Terceiro, o Nagual como sendo o líder espiritual de um grupo de guerreiros aprendizes. 

O primeiro se refere à uma realidade fundamental, ainda que inconcebível, que pode ser aprendida por um "Homem de Conhecimento" ou "Feiticeiro" (Espanhol: 'brujo').

De acordo com a filosofia do Nagualismo, alguns indivíduos armazenam "energia" para fazer uso de tais "poderes". 

Tal pessoa, a qual se refere como um Nagual, é capaz de conduzir aprendizes do "Caminho do Guerreiro" a dimensões de uma consciência mais elevada. 

Assim, o guia Espiritual de Carlos Castaneda, o Nagual Don Juan Matus, frequentemente se referia como o Nagual para o seu "grupo de guerreiros" - guerreiro aqui se referindo à alguém que percorre o "Caminho do Guerreiro" com o objetivo de se tornar um "Homem de Conhecimento". 

(Deve ser notado aqui que as mulheres ocupam um mesmo papel dentro do Nagualismo. A palavra seria "Mulher de Conhecimento" e implica no mesmo status dentro do Grupo).

Para compreender o Nagual, alguém é instruído a "... Transformar tudo no que realmente é, o abstrato, o espírito, o Nagual". [citação necessária] Esta é a definição final dada na Obra de Carlos Castaneda. O Poder Final do universo é também chamado de a "Águia".

Na visão de mundo de Don Juan Matus, realidade é vista como multi-dimensional, uma realidade multi-facetada que os seres humanos percebem apenas em parte; a parte conhecida da realidade com a qual os humanos são familiarizadas é conhecida como o Tonal. 

O Nagual Espiritual é aquela dimensão da realidade pela qual os homens não estão conscientes mas que de fato constitui a maior parte da realidade. Aqui o Nagual carrega alguma familiaridade com o conceito psicanalítico de inconsciente. Também é dito que o Nagual é tudo o que É, e que ele se condensa para formar o Tonal. 

O Tonal e o Nagual são como aspectos duais da realidade e assim sendo, são percebidos através da Primeira Atenção, na qual experienciamos o Tonal, e a Segunda Atenção, na qual nós experienciamos o Nagual. 

Para Don Juan, o Tonal é frequentemente associado com o aspecto masculino do universo e o Nagual com o seu aspecto feminino. O Tonal pode --- a grosso modo --- ser ligado ao conceito de Ego ou mente consciente. 

Três estados são descritos na Obra de Castaneda , o conhecido, o desconhecido e o incognoscível. 

Quando alguém se torna capaz de perceber com a Segunda Atenção este é considerado um "Vidente" ou "Sonhador".

Um Líder Nagual é o "Benfeitor" de um aprendiz no Caminho do Nagual. 

O "Benfeitor" é uma ligação direta para o "Nagual", ou seja, ele é um intermediário que guia o aprendiz a obter o que é chamado de "Liberdade Total"; a Liberdade Total é o mesmo conceito de "liberação" de outros sistemas espirituais. 

A Segunda Atenção ou "Consciência do Nagual" é um objetivo para os guerreiros e seus aprendizes. 

Em algumas tradições Mesoamericanas, plantas psicotrópicas ou como os Naguales as chamam, "Plantas de Poder", eram utilizadas para se experienciar o Nagual, assim como outros estados de consciência. 

O Psilocybe Cubensis, que era uma destas plantas, foi utilizado na antiguidade pelos nativos da América Central a mais de 2.000 anos atrás e era conhecido pelos Astecas como Teonanacatl ("carne dos deuses"). 

Também foi dito por Dom Juan Matus que as "plantas" não eram absolutamente necessárias para atingir o "Conhecimento", mas eram utilizadas como um auxílio em atingi-lo. Os Guerreiros também podem utilizar os quatro ventos.

A fonte do Nagualismo é desconhecida. Dom Juan Matus referia-se a si mesmo como um Xamã e como um Tolteca (artesão). Os Toltecas antecederam o Império Asteca no México, cobrindo a maior parte do sua localização presente.

(...) Também foi mencionado por Don Juan Matus que sua herança cultural era "Yoeme" ou Iaqui, Americanos Nativos da região do Deserto de Sonora na América do Norte.



Texto: Mitologia Azteca 



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